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By Ferramentas Blog

Troca de óleo do cambio e diferenciais do Niva



Para quem não se importa ou até gosta de sujar as mãos em pequenas manutenções preventivas no jipe, trocar o óleo das caixas e diferenciais é um trabalho relativamente fácil e que requer poucas ferramentas. Na verdade, analisando apenas pela ótica econômica este tipo de trabalho com certeza não compensa, visto que a maioria dos postos de troca de óleo não cobram, ou pouco cobram pelo serviço, mas deixando questão econômica de lado, para alguns Niveiros mais sistemáticos, aos quais me incluo, o ato de trocar o óleo na garagem de casa pode proporcionar alguns benefícios ou vantagens, tais como:

Constatar a presença ou o excesso de água no óleo e evidenciar a necessidade de melhorar as vedações ou até mesmo pensar em instalar snorkel nas caixas e diferenciais. Muitos frentistas dos postos de troca de óleo simplesmente esgotam o óleo velho e colocam o novo sem analisar ou questionar nada;

Da mesma forma, verificar se no imã do bujão de escoamento tem excesso de limalha de ferro o que pode ser um indicio de desgaste das engrenagens e talvez mereça atenção especial;

Ter a certeza que o volume de óleo colocado foi aquele recomendado pelo manual do fabricante. Óleo a mais pode danificar os retentores e a menos comprometer a lubrificação;

O ato de entrar ou se deitar de baixo do jipe nos abre a possibilidade de inspecionar outros componentes, fazer reapertos de porcas e parafusos, etc., aliás, tome cuidado com o excesso de aperto visto que as carcaças das caixas e diferenciais são construídas com uma liga de metal relativamente mole e as roscas podem espanar facilmente;

Aproveitar a ocasião e corrigir possíveis melejamentos de óleo pela junta da tampa do cárter da caixa de câmbio. Se o reaperto de as porcas não resolver, trocar a junta da tampa e avaliar a condição dos prisioneiros que prendem a tampa, que podem estar com a rosca comprometida, nesse caso, troque-os por parafusos sextavados em inox de 6mm. Não deixe de usar arruelas lisa e de pressão, uma opção quanto as arruelas de pressão é o modelo usado originalmente na tampa do cárter do motor do Fiat 147.

Mesmo não se tratando de um trabalho relacionado com nossa área de atuação profissional ou especialidade, o simples fato de se fazer algo bem feito com as próprias mãos pode nos proporcionar a boa sensação da satisfação. Em inglês este tipo de atividade é denominado DIY (Do it your self), ou, faça isso você mesmo. Esse tipo de pratica é comum em muitos países para trabalhos relacionados com jardinagem, pintura, marcenaria, mecânica, etc.

Ferramentas necessárias:

As ferramentas descritas a seguir foram usadas por mim em todas as caixas e diferenciais, porem devido a possibilidade de adaptações de bujões diferentes dos originais, talvez a medida das ferramentas não correspondam com as citadas.  

Chave Allen 12 e 17mm 

 Cano de extensão para força

Chave Combinada Sextavada de 12 e 17 mm
            
Bacia para coleta do óleo velho
   
Funil com mangueira adaptada
  
 Seringa de transferência de óleo
     
O funil/mangueira é uma solução caseira bem simples para abastecimento que tem a desvantagem de escoar o óleo bem lentamente o que torna o processo moroso e também requer mais atenção para evitar que a mangueira escape e ocorra derramamento de óleo. Para melhorar o escoamento a mangueira deve ter o diâmetro o maior  possível e não ser demasiadamente longa,  apenas o suficiente  para criar altura capaz de escoar o óleo.

Já a Seringa de transferência de óleo é uma ferramenta de baixo custo, em torno de R$ 50,00 (dezembro/17) e torna o processo bem mais rápido, limpo e preciso.

Um detalhe pertinente antes de drenar o óleo é ter a certeza que o bujão por onde será feito o abastecimento não está espanado e difícil de sair. Primeiro tenha certeza que é possível abastecer antes de esgotar o óleo das caixas ou diferenciais.

Caixa de Cambio

As fotos a seguir mostram as posições dos bujões de abastecimento (entrada) e inspeção da caixa de câmbio. Vale mencionar que o bujão de abastecimento é de difícil acesso devido estar localizado próximo da lataria do túnel da caixa, o que torna o trabalho muito complicado de se realizar.

Foto: Leonardo Cardoso


Tipo de óleo = 90 GL - 4
Volume especificado pela Lada= 1,35 litros 

Over fill = 1,850 litros

Over Fill - Não é consenso, mas alguns Niveiros e mecânicos acrescentam 500ml a mais de óleo o que totaliza 1,850 litros, alegando melhorar a lubrificação das engrenagens da quinta marcha. Reza a lenda que a quinta marcha foi uma adaptação feita pela Lada afim de adequar o Niva para alguns mercados, mas o fato concreto é que a quinta marcha é o calcanhar de Aquiles da caixa de cambio, dai surgiu a ideia do Over Fill. Particularmente faço Over Fill em meu Niva, mas creio que o mais importante para preservar a quinta marcha do carro  é nunca engrena-la a baixas velocidades, o ideal seria sempre acima de 80km/h. 

Ferramentas:

Bujão de abastecimento: Chave Allen 17mm. 

Bujão de Inspeção: Chave Sextavada 17mm 

Bujão de Drenagem do Carter:  Chave Allen 12mm

Procedimento:

Conforme já mencionado, como o bujão de abastecimento da caixa de câmbio é de difícil acesso, a opção mais fácil para completar ou trocar o óleo é pelo bujão de inspeção da caixa. 



Com o carro num piso nivelado, colocar óleo até que ocorra derramamento pelo orifício de inspeção, o que teoricamente garante o volume de óleo próximo a 1,35 litros especificado para a caixa de câmbio.

Uma segunda opção, ainda usando o bujão de inspeção é manobrar o carro e deixar as rodas do lado do motorista sobre uma guia de calçada, por exemplo, desnivelando o carro de maneira a dosar o óleo com maior precisão, alem disso, como nessa condição cabe mais óleo na caixa é possível fazer Over Fill, lembrando que não devemos ultrapassar 1.850 litros sob pena de danificar os retentores e vazar óleo.

Foto: Blog Nivaforever

Uma terceira opção, seja para fazer Over Fill ou não, é soltar a tampa que prende a manopla do cambio (trambulador), foto abaixo, e realizar o abastecimento de dentro do carro e por cima da caixa de câmbio. Esta opção é interessante mas requer muita atenção no momento de soltar a tampa da manopla do câmbio. Iniciar o processo colocando a alavanca de cambio em ponto morto. Retirar o trambulador do cambio soltando somente as porcas externas , NUNCA AS INTERNAS, sob risco de algumas peças se soltarem e caírem dentro da caixa, obrigando a retirada da mesma para as correções, tenha muito cuidado. Uma das três porcas que prendem o trambulador é de difícil acesso devido a lataria do local atrapalhar o trabalho. Por exemplo, eu só consegui apos entortar a chave de boca num angulo adequado para enfim solta-la. Para desencaixar e retirar o trambulador é necessário um pouco de paciência devido as pontas dos parafusos internos tocarem a lataria dificultando a retirada da peça. Atente-se quanto a presença de arruelas que podem ser de difícil visualização e infortunadamente caírem dentro da caixa no momento da retirada do trambulador, toda atenção é pouco. 

Para reinstalar o trambulador avalie primeiramente a necessidade de trocar a junta de papelão. Opcionalmente é possível cortar o excesso de rosca dos parafusos internos para que esses não atrapalhem no processo de montagem e em futuras desmontagens. 
Se optar por corta-los é conveniente, por segurança, usar um adesivo trava rosca neles.


Foto: Blog Nivaforever


Foto: Blog Nivaforever




O Vídeo a seguir mostra o procedimento completo para fazer Over Fill pelo trambulador do cambio do Niva.




Caixa de transferência (Redução)

Tipo de óleo = Óleo 90 GL-5
Volume = 0,75 litros

Ferramentas:

Bujão de abastecimento/Inspeção de Óleo: Chave Allen 12mm
Bujão de Drenagem do Carter: Chave Allen 12mm


Procedimento:
Com o carro nivelado, usar o bujão de inspeção para realizar o abastecimento até que ocorra vazamento de óleo pelo orifício, o que garante o volume especificado para a caixa.



Diferencial dianteiro

Tipo de óleo =  90 GL-5
Volume = 0,9 litros

Ferramentas:

Bujão de abastecimento/Inspeção de Óleo: Chave Sextavada 12mm 
Bujão de Drenagem do Carter: Chave Allen 12mm.


Procedimento:

Com o carro nivelado, usar o bujão de inspeção para realizar o abastecimento até que ocorra vazamento de óleo pelo orifício, o que garante o volume especificado para o diferencial.



Diferencial traseiro


Tipo de óleo = 90 GL-5
Volume = 1,3 litros

Ferramentas:

Bujão de abastecimento e Inspeção: Chave Sextavada 12mm
Bujão de Drenagem: Chave Allen 12mm

Procedimento:

Com o carro nivelado, usar o bujão de inspeção para realizar o abastecimento até que ocorra vazamento de óleo por esse orifício, o que garante o volume especificado para o diferencial.



Agradecimentos


Ao blog Nivaforever e Leonardo Cardoso do LadaFans pelas fotos disponibilizadas na Net as quais reaproveitei para elucidar as explicações.



Ajuste da folga dos rolamentos do cubo das rodas


Os rolamentos do cubo das rodas dianteiras do Niva são também fabricados pela SKF e, portanto facilmente encontrados no Brasil. Por segurança procure compra-los em uma revenda credenciada SKF, saiba que rolamentos podem ser falsificados ou até recondicionados e vendidos como novos.
No total são quatro rolamentos, dois em cada cubo das rodas dianteiras. O modelo de todos é o SKF 32008 X/Q.


É indispensável quando se trocar os rolamentos também substituir seus retentores, porém até onde sei, devem ser os originais, aliás pelo preço e durabilidade não vale o esforço de tentar nacionalizar este componente.

Uma etapa importante e muitas vezes negligenciada por mecânicos é o ajuste da folga dos rolamentos. O ajuste correto vai garantir vida longa aos rolamentos e a segurança que não irão travar ou quebrar devido ao excesso de aperto ou de folga.



Ajuste da Folga  Com  Torquímentro.


1. Montar os rolamentos no cubo da roda com graxa;

2. Apertar a porca da ponta do eixo da homocinética até o fim para empurrar totalmente os rolamentos nos compartimentos. Usar uma porca nova.

3. Soltar um pouco a porca e em seguida aplicar o torque de 2,0kgf/m (20N/m);

4. Colocar o pneu com no mínimo 3 porcas e girar a roda quatro vezes para frente e para trás, de forma a assentar bem os rolamentos;

5. Afrouxar a porca em torno de 20 a 25 graus. Use um giz para marcar o pneu e facilitar o correto posicionamento;

6. Com o torquímetro, aplicar 0,7 kgf/m (7,0 N/m);

7. Conferir se os rolamentos não estão presos ou soltos demais, para isso girar a roda em ambos sentidos, dar umas batidinhas no pneu com a mão, sentir o comportamento. Deve rodar livre, mas, sem folga. Tenha certeza que as pinças de freio não estão pegando no disco para não interferir na sensibilidade do teste;

8. Para encerrar, remanchar a porca na ranhura do eixo e realizar o teste pratico com o carro;

O vídeo a seguir mostra exatamente o procedimento descrito acima.





Ajuste da Folga Sem o Torquímentro


1. Montar os rolamentos no cubo da roda com graxa;

2. Apertar a porca da ponta do eixo da homocinética até o fim para empurrar totalmente os rolamentos nos compartimentos. Usar uma porca nova, nuca reaproveite essa porca;

3. Soltar somente um pouco a porca;

4. Colocar o pneu com no mínimo 3 porcas e girar a roda quatro vezes para frente e para trás, de forma a assentar bem os rolamentos;

5. Afrouxar a porca mais um pouco e conferir se os rolamentos não estão presos ou soltos demais, para isso girar a roda em ambos sentidos, dar umas batidinhas no pneu com a mão, sentir o comportamento da folga. Vá ajustando até rodar livre e sem folga perceptível. Tenha certeza que as pinças de freio não estão pegando no disco para não interferir na sensibilidade do ajuste, aliás o ideal é retirar as pinças de freio para ajustar a folga com maior precisão;

6. Uma vez ajustado, remonte as pinças de freio, caso as tenha retirado e com as rodas montadas, teste se ambas as rodas estão rodando livres, sem a interferências das pinças. 

7. Para encerrar, retirar novamente as rodas e remanchar as porcas dos cubos nas duas ranhuras do eixo. Nunca reutilize essas porcas.

8. Realizar o teste prático dirigindo o carro e sentido o comportamento. Após um percurso use o tato e sinta a temperatura dos cubos das rodas que deverão estar ligeiramente mornos em ambas as rodas. Caso a temperatura esteja muito elevada pode indicar que a porca do cubo ficou muito apertada e os rolamentos sem a folga mínima necessária, porém, tenha certeza que a temperatura elevada não é devido as frenagens, que obviamente geram calor naquela região.

Para saber muito mais sobre o Niva, convido você a se inscrever em meu canal do YouTube.



Nacionalização dos Cilindros Hidráulicos da Embreagem do Niva


O sistema hidráulico original de acionamento da embreagem do Niva é em meu ver eficiente e de alta durabilidade. Digo isso baseado em meu próprio carro que rodou com o sistema “Made in Russia” até poucos dias atrás, quando finalmente apresentou problema, ou seja, mais de 25 anos sem nenhum defeito. Não generalizando, imagino que os elogios terminam quando temos que recorrer as peças sobressalentes vendidas no Brasil, as quais nem sempre tem a mesma qualidade daquelas originais montadas na fabrica. Na época quando resolvi fazer esta adaptação não faltavam relatos de Niveiros insatisfeitos com a baixa durabilidade dos componentes sobressalentes hidráulicos, inclusive essa insatisfação fez surgir no mercado um KIT puramente mecânico para substituir o sistema hidráulico original, alias, uma excelente opção, eu mesmo só não comprei o kit vendido pelo camarada Geniva devido já possuir parte das peças necessárias para a nacionalização, além do prazer pessoal de projetar uma solução confiável para meu Niva.

A hidráulica é uma tecnologia muito eficiente para amplificar e transferir força para movimentação de sistemas mecânicos, com componentes compactos, precisos e duradouros.
O funcionamento da embreagem do Niva é bem simples. O movimento do pedal da embreagem é transmitido por meio de uma haste ao embolo do cilindro superior (Cilindro Mestre) que pressuriza o óleo hidráulico até o cilindro inferior o qual transfere o movimento para o garfo da embreagem. A leveza e suavidade sentida no pedal da embreagem se dá em função do correto dimensionamento do curso e principalmente do diâmetro interno dos cilindros.



A nacionalização consistiu no uso dos seguintes componentes:

Cilindro Mestre Superior do Caminhãozinho VW 

Modelo: D19 11.130/13/130 
Código: RCCE 0014.9 T00721405 
Marca: Varga


Cilindro Inferior do Toyota Bandeirantes
Código: Rcce 2173.1 
Marca: Varga

Mangueira do Cilindro inferior do Toyota Bandeirantes 

Reservatório de Fluido de Freio do Fusca 


Detalhes da adaptação

O cilindro inferior do Toyota tem o diâmetro interno ligeiramente maior que o cilindro original do Niva, o que teoricamente deixa o pedal de embreagem um pouco mais leve. Já o curso dos cilindros são praticamente iguais, porém as furações de fixação são bem diferentes e, em função disso, foi necessário confeccionar uma chapa metálica de fixação para posicionar e prender corretamente o novo cilindro nos furos originais na caixa seca do Niva. 

Comparação entre Cilindro do Niva e do Toyota

Chapa para Fixação do Cilindro do Toyota


Na fixação foram utilizados dois parafusos e um prisioneiro. O prisioneiro teve parte de sua superfície desbastada para eliminar uma pequena interferência com o corpo do cilindro Toyota que, como mencionei, tem diâmetro um pouco maior. Outras duas providencias para manter o alinhamento do cilindro o mais próximo possível do original foi colocar a chapa de fixação por cima do cilindro e desbastar a região do furo de fixação dianteiro do cilindro Toyota, apenas no lado que fica em contato com a carcaça da caixa seca do carro. 

Prisioneiro

Prisioneiro Desbastado

Cilindro Inferior


Componentes do Cilindro Inferior

Também optei por emendar as hastes do cilindro do Niva com a haste do cilindro Toyota o que garantiu um encaixe perfeito da coifa de borracha, além de manter original a porca de ajuste do garfo da embreagem do Niva.






Cilindro inferior montado no Niva


Cilindro montado no Niva

O tubo original do Niva que interliga o cilindro superior ao inferior foi reaproveitado.

O perfil boleado de um dos lados do tubo foi mantido, porem  o conector foi trocado devido a incompatibilidade no passo da rosca com o cilindro do Caminhãozinho VW.

Conector do lado do cilindro superior



Na outra extremidade o tubo foi cortado e flangeado com perfil compatível com a conexão da mangueira hidráulica do Toyota.


Flange Conectada ao Adaptador da Mangueira




A carcaça do cilindro mestre superior do caminhãozinho VW encaixa-se perfeitamente nos prisioneiros da parede corta fogo do Niva, mas não é possível reaproveitar a haste original. Foi necessário uma nova haste com diâmetro ligeiramente menor para se ajustar precisamente no embolo do cilindro VW e com comprimento 15 mm maior em relação a haste original do Niva. Na extremidade rosqueável da nova haste foi adaptado um pequeno garfo ajustável o qual é preso diretamente ao pedal da embreagem do Niva.

Encaixe perfeito do cilindro aos prisioneiros originais do Niva

Hastes do Cilindro Mestre Superior

Eixo conectado ao pedal da embreagem

Cilindro Superior do Caminhãozinho VW

Suporte e mola do garfo da embreagem

Suporte e mola do garfo da embreagem

Cilindro Mestre acoplado ao pedal da embreagem


Uma outra necessidade foi conseguir no mercado uma conexão para engatar a mangueira que recebe o fluido do reservatório, a qual deve possuir a mesma rosca do cilindro e necessariamente ter um anel O'ring para garantir a vedação após o aperto.





Detalhe do Reservatório de Fluido do Fusca


ASSISTA O VÍDEO  E VEJA TUDO EM DETALHES 





Veja no vídeo abaixo o cilindro de embreagem do Toyota Bandeirantes funcionando no Niva




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