Niva: NivaHome

Motor Home no Jipe Niva

A ideia de ter um Motor-Home para viajar de maneira confortável, econômica e aventureira foi um desejo que a tempo eu tinha e agora (2023) resolvi tirar o projeto do papel e sair em busca do veículo ideal para investir e transformá-lo em uma casa movel. Pesquisei algumas alternativas, desde a Kombi até um Micro-ônibus 4x4, mas, os elevados custos de algumas boas opções e limitações de outras, me fizeram repensar e direcionar meu olhar para a garagem de casa e optar pelo mais obvio veículo para o projeto; meu Jipe Niva 1991.

Uma vez definido o carro e o conceito, obviamente enquadra-se como um Mini Motorhome, a primeira providência que fiz foi investir em uma boa barraca de teto, visto que o espaço interno do Niva é restrito e dormir dentro do carro ocuparia ou desperdiçaria boa parte do espaço útil, imprescindível para acomodar os diversos utensílios e acessórios para acampar com praticidade e conforto, daí a escolha em dormir no teto do carro.

Barraca de Teto.

Dentre as várias opções e preços, optei pela barraca de teto da marca Tendaro, modelo Stevia 130. A escolha foi devido a algumas características que julguei extremamente interessantes e porque não dizer, inovadoras, vamos a elas:

• Praticidade absurda para montar e desmontar. Ela é dotada de um sistema com pistões pressurizados que abrem a barraca em menor de um minuto e o fechamento completo se dá em 3 minutos, ou em até menos com um pouco de prática;

• Espaço interno suficiente para acomodar um casal de forma confortável.

• Acompanha um colchão com densidade 33 e altura de 7cm;

• Quando fechada acomoda com folga em seu interior todo o jogo de cama; dois travesseiros, lençóis, cobertores, sacos de dormir, além do colchão já citado, uma escada para acessar a barraca e ainda sobra espaço;

• Quando aberta, tem altura suficiente para dois adultos ficarem sentados com conforto;

• Três amplas janelas, sendo duas laterais e uma ao frontal, todas com mosquiteiros;

• Teto e assoalho rígidos, moldados em fibra de vidro e revestidos internamente com carpete;

• Dois porta objetos bem-posicionados, um para cada ocupante;

• Boa estanqueidade a chuva devido a estrutura rígida, tecido lateral impermeável e inclinação favorável para o escoamento da água;

• Peso relativamente baixo, em torno de 45kg;

• Possibilidade de se adaptar um climatizador ou placas solares sobre o teto da barraca;

• Segurança aos ocupantes ao dormir longe do chão, distante de possíveis animais peçonhentos, umidade e de imperfeições do terreno que prejudicam o conforto.

Interior do Carro.

A decisão em criar os compartimentos organizadores, gaveteiros e outras funcionalidades, ficaram evidentes depois de realizar alguns acampamentos para testar a barraca e constatar de como seria útil e prazeroso se os apetrechos, principalmente os utensílios de cozinha, tivessem um lugar bem definido e a mão, fácil de acessar, localizar e usar. Num checklist preliminar de coisas que julguei indispensáveis, totalizei impressionantes 142 itens, desde isqueiro até meu caiaque e, a partir daí, comecei a projetar os compartimentos, gavetas etc., tudo com uma visão minimalista para aproveitar os espaços e diminuir peso.

Para tentar atender os requisitos citados, optei em retirar o banco traseiro do Niva e criar um piso falso por toda extensão traseira do carro e sob esse piso fazer alguns compartimentos para acomodar e organizar os utensílios de cozinha, alimentos, vestuário, higiene pessoal, cadeiras, guarda sol, geladeira elétrica, fogão, pia, material fotográfico e filmagem, tralhas de pesca, ferramentas e lógico, peças para o Niva (risos), além de uma bateria estacionaria de 105Ah e o painel elétrico para controlar as funcionalidades elétricas da casa móvel, aliás, aspecto muito importante que abordarei detalhadamente no decorrer deste post.

Para confecção das caixas organizadoras foram usados perfis de Metalon retangulares na medida 10 x 12mm, alternativa de baixo custo e bastante leve, onde seis caixas (módulos) foram suficientes para cobrir toda extensão traseira do carro. As tampas das caixas foram confeccionadas em Policarbonato transparente de 10mm, todas com vários furos visando diminuir ao máximo o peso final do conjunto.

Vale citar que não alterei a estrutura do Niva para adaptação desses módulos, que entram individualmente no carro e depois são travados entre si para dar rigidez ao conjunto. Uma preocupação constante no projeto foi a questão de minimizar o peso, onde todos os módulos somados ficaram mais leve se comparado com o banco traseiro original do Niva, além do designer modular facilitar em muito a operação de retirar e reinstalar as caixas, caso necessário.

A seguir alguns desenhos preliminares do projeto e o passo a passo da construção interna da casa móvel.