Espaço dedicado aos proprietários e simpatizantes do Jipe Niva. A idéia é reunir soluções de manutenção, especialmente adaptações e dicas que possam ser úteis na conservação e aperfeiçoamento do carrinho Russo.
Após mais de vinte anos vivendo em
solo brasileiro, oito deles comigo, meu Niva esta merecendo uma geral em sua já
desgastada aparência, com alguns amassados, pequenos podres no assoalho e a pintura
bastante queimada, ou melhor, extremamente queimada. Visando acertar nas
escolhas relacionadas à reforma e facilitar a contratação dos serviços, resolvi que antes deveria criar uma maquete eletrônica mostrando o carro
com os supostos novos acessórios instalados, os adesivos já fixados e
obviamente as cores da pintura.
Para tal utilizei o fantástico software
Scketch-up da Google, destinado a criação de desenhos arquitetônicos, mecânicos
e modelagem de objetos 3D. Com interface amigável e uso relativamente simples e
intuitivo, dispõe também de uma imensa
biblioteca de componentes online que facilitam em muito a vida do usuário.
Para aqueles que pretendem usar o
Sckech-up, abaixo esta o link para download da versão free.
Basta retirar as setas originais e instalar o novo modelo no lugar, inclusive as furações coincidem perfeitamente. A única ressalva é a ligação do fio negativo do carro (preto) deve ter seu terminal cortado para ser emendado com o fio da seta.
Para aqueles que têm um escorpião no bolso e não estão dispostos a investir em amortecedores novos para a tampa do porta-malas do Niva, segue uma solução simples, feia e perigosa, mas quase grátis.
Faça assim:
Retirar um dos amortecedores, cortar um tubo de PVC de 3/4" com 23 cm de comprimento e inserir o amortecedor no tubo.
Monte novamente e pronto!
Para manter a tampa aberta é só travar o amortecedor com o tubo de PVC. O rebaixo numa das extremidades do tubo é para tentar melhorar o travamento e evitar que a engenhoca escape e a pesada tampa promova um galo na cabeça do usuário.
Boa sorte..
Para saber muito mais sobre o Niva, convido você a se inscrever em meu canal do YouTube.
Depois que o pneu original Magion 6.95x16 (175/80/16) parou de ser comercializado no Brasil, as opções tornaram-se muito restritas e quase sempre requerem levantar a suspensão ou outras providencias para que os pneus não toquem na lataria do carro. A seguir são mostradas algumas opções de pneus aro 16 presentes no mercado nacional que se adaptam no Niva, mas quase todas são maiores que a medida original, seja na largura, altura ou em ambas situações. Vale salientar que as medidas apresentadas são uma referencia teórica baseada na especificação dos pneus e diferenças podem ocorrer principalmente em pneus recapados. A figura abaixo mostra algumas opções de pneus aro 16 para o Niva. As barras azuis mostram as alturas e as vermelhas as larguras dos pneus, em centímetros.
Click para ver em tamanho maior
Dentre as opções apresentadas acredito que o pneu Yokohama 175/80R16 Geolandar A-T/S seja o mais indicado, visto que suas medidas coincidem com as especificações originais do Niva, com a vantagem de ser um pneu radial. A única ressalva é o custo elevado e a dificuldade de serem encontrados no mercado.
Dentre as opções de Disco e Platô para Nivas com motor AP, dois conjuntos se destacam como os mais usuais e consequentemente testados, são eles:
Disco original do Niva com Platô do Santana 2.0
Essa configuração é a pioneira nas adaptações do motor AP no Niva, inclusive utilizei-a por um longo tempo com resultado satisfatório, porem, vale mencionar que nunca exigi muito e sempre tive uma postura preventiva em relação a essa embreagem.
Analisando os componentes da embreagem, além do desgaste natural das peças, o que me chamou atenção foi a considerável diferença no diâmetro útil entre o Disco e Platô, veja em detalhes na foto a seguir.
Não sei mensurar o quanto essa diferença de diametro afetaria a confiabilidade do conjunto, porem, vale a reflexão para quem pretende exigir muito da embreagem, especialmente em trilhas mais severas.
Disco do Tempra 8V e Platô do Santana 2.0
Atualmente existe uma tendência pelo uso Disco do Tempra 8V da marca Sachs ou Luk e Platô do Santana 2.0 necessariamente da marca Sachs.
Platô do Santana 2.0 - Marca Sachs
Platô do Santana 2.0 - Marca Sachs
Disco do Tempra 8V - marca Sachs ou Luk
Nesse conjunto nota-se que as peças casam-se perfeitamente, ou seja, toda área de atrito do Disco entra em contato com a área do Platô. Outra importante característica é a total compatibilidade do Disco do Tempra com o estriado do eixo piloto do cambio do Niva, não sendo necessários quaisquer ajustes nas peças.
Casamento perfeito entre disco e Platô
Casamento perfeito entre disco e Platô
Como ponto questionável citaria o fato de não se encontrar no mercado de peças novas o Disco e Platô vendidos separadamente, somente Kit´s completos são comercializados, ou seja, seria necessário adquirir dois Kit´s, um do Tempra e outro do Santana o que eleva consideravelmente o custo da adaptação. Uma alternativa interessante é comprar peças remanufaturadas de procedência e com garantia. As fotos a acima mostram um conjunto remanufaturado (R$100,00 – Alfenas/Mg – Novembro/2010) onde é possível verificar a boa qualidade das peças, o que torna essa opção bastante atrativa.
Um aperfeiçoamento importante sugerido por Rogério Bacelar da e por José Luis da Status Lada (In Memoriam) meus amigos e consultores técnicos para assuntos Nivisticos, foi aumentar o tamanho do pino de apoio do garfo da embreagem calçando-o com uma porca de maneira a otimizar o curso da embreagem. Vejam as fotos:
Garfo da Embreagem
Parafuso de apoio calçado por uma porca
Um detalhe importante antes de montar a embreagem no carro é centralizar o disco dentro do platô e só após apertar os parafusos que prendem o platô ao volante do motor. As fotos a seguir mostram detalhes do eixo centralizador previamente usinado.
O objetivo desta centralização é facilitar o processo de encaixar o eixo piloto do cambio nas estrias do disco e assim evitar danos nas peças no momento de acoplar a caixa de marchas a embreagem, inclusive para facilitar ainda mais o processo engraxar a ponta e estriado do eixo piloto. É indispensável também trocar o rolamento do garfo da embreagem e também engraxar muito bem a capa do eixo piloto por onde o rolamento do garfo desliza.
Não deixe também de avaliar a Coifa do garfo de embreagem e troca-la caso esteja rasgada. Trata-se de uma peça de baixo custo que minimiza a entrada de sujeira e poeira para o interior da caixa, preservando o rolamento do garfo da embreagem.
AVALIAÇÃO PRATICA
As fotos e o vídeo a seguir mostram a avaliação do disco do Tempra e do platô do Santana após mais de sete anos de uso quase que diário do carro, sendo: 50% na cidade, 20% em trilha leves, 20% puxando, colocando e retirando meu barco da água, 5% em viagens "longas" e 5% em trilhas pesadas.
Na ocasião que fiz a inspeção não foi devido a algum sintoma de mal funcionamento da embreagem e sim porque havia baixado a caixa de cambio do Niva para manutenção ai obviamente aproveitei para olhar a condição da embreagem. Observem nas fotos que mesmo com o desgaste natural devido ao tempo de uso, disco e platô ainda estavam em boas condições o que aumentaria ainda mais a expectativa de vida do conjunto. Logicamente aproveitei a oportunidade e realizei a troca das peças, inclusive do rolamento do garfo da embreagem.
Platô do Santana após quase oito anos de uso
Disco do Tempra após quase oito anos de uso
Disco do Tempra após quase oito anos de uso
O vídeo a seguir mostra outros detalhes da avaliação da embreagem.
O indicador de temperatura de arrefecimento do Niva utiliza como sensor um termistor do tipo NTC. A titulo de curiosidade os termistores NTC tem coeficiente negativo de temperatura, ou seja, a resistência Ôhmica do sensor diminui com o aumento da temperatura e essa variação é traduzida em Graus Celsius pelo indicador no painel do Niva.
Em meu Niva detectei um erro de -22°C, ou seja, quando o instrumento indicava 90°Cna realidade a água estava com 68°C. Isto ocorria devido a incompatibilidade entre o sensor do motor AP com o indicador original do painel do Niva e, para corrigir tal discrepância, o mais fácil, rápido e econômico seria simplesmente instalar o sensor original do Niva no motor AP o que obviamente resolveria o problema da incompatibilidade, porem, optei em adaptar dois indicadores digitais de temperatura no circuito de arrefecimento, sendo; um na entrada de água quente para o radiador, na parte alta do bloco, bem próximo ao motor e o outro na parte baixa do radiador, por onde a água sai resfriada após a troca de calor proporcionada pelo radiador.
Além das vantagens obvias do indicador digital frente ao analógico, a mais relevante foi a possibilidade de se ter uma visão precisa do sistema de arrefecimento em funcionamento, ou seja, avaliar a eficiência da troca de calor no radiador, constatar o momento exato que a válvula termostática abre, alem da facilidade em se detectar falhas ou deficiências no sistema de arrefecimento, em suma, os ganhos são muitos e bastante relevantes principalmente para Jipes que muitas vezes são submetidos a situações extremas onde o conhecimento de certas variáveis podem evitar danos mecânicos e consequentes gastos com manutenção.
Indicador a Direita = Entrada do Radiador. Indicador a Esquerda = Saída do Radiador
O indicador adotado foi um Novus 480. Na verdade são indicadores normalmente usados para aplicações industriais de baixa criticidade e aplicações comerciais diversas, como por exemplo, controle de temperatura em fornos de padarias, etc. Como dispunha de dois desses instrumentos defeituosos que a principio seriam destinados a sucata, resolvi conserta-los eliminando a fonte de alimentação interna de 220 Vca e altera-las para 12 Vcc e assim consegui reaproveitar esses instrumentos nessa aplicação em meu Niva.
É possível comprar o indicador Novus 480, ou semelhantes, por menos de R$ 100,00 na Internet, atente-se apenas para a necessidade de altera-lo de maneira a funcionar com 12 Vcc, mas, para aqueles que não tem intimidade com eletrônica, sugiro comprar um modelo veicular já em 12 Vcc , vejam algumas opções extraídas do Mercado Livre.
Novus 480i - Necessário alterar a fonte de alimentação interna
Voltando a minha aplicação, o indicador de temperatura instalado na saída do radiador foi configurado e intertravado eletricamente com a ventoinha do radiador, ou seja, em paralelo com o termostato (cebolinha), visando ligar ou desligar automaticamente a ventoinha conforme valores pré configurados no indicador. Outra providencia foi instalar um botão retentivo para ligar e desligar manualmente a ventoinha. Como esse botão é luminoso, intertravei-o para acender sempre que a ventoinha estiver ligada, vejam os detalhes no esquema elétrico logo abaixo.
Esquema elétrico.
Clique na Imagem para Aumentar
Resumo das principais características :
Alta precisão na indicação de temperatura;
Alta resolução na leitura (0,1°C);
Baixo tempo de resposta, as atualizações das leituras são praticamente instantânea;
Como os indicadores medem a temperatura de entrada e de saída do radiador, fica fácil constatar em tempo real a eficiência do radiador para as diversas condições de condução do Jipe;
Constatar o correto funcionamento da válvula termostática. É fácil verificar o momento exato onde a válvula começa a abrir, inclusive vou implementar um BIP para sinalizar este momento, alem de um alarme sonoro continuo na hipótese da temperatura da água ficar acima de 97°C por mais de 2 minuto;
Devido a facilidade de observar o histórico de funcionamento do sistema, fica fácil detectar problemas no circuito de arrefecimento;
O indicador instalado na saída do radiador esta intertravado eletricamente com a ventoinha do radiador, a qual pode ser acionada conforme valores pre configurados, portanto, a ventoinha passa ter a possibilidade de também ser comandada via indicador, não mais apenas via "cebolinha" do radiador.
Para saber muito mais sobre o Niva, convido você a se inscrever em meu canal do YouTube.
