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By Ferramentas Blog

Dicas para comprar um Niva


Não tenha pressa, procure com calma e lembre-se, nem sempre preço baixo é sinônimo de bom negócio, principalmente se tratando de um Niva.

As aparências às vezes enganam. Existem Nivas mascarados atrás de acessórios e adesivos, porém em péssimas condições mecânicas e estruturais. Tenha em mente que acessórios são facilmente comprados e instalados, já um Niva com mecânica e estrutura muito ruins, dificilmente ficará confiável, mesmo gastando muito dinheiro.

É muito comum o uso do Niva em trilhas, inclusive as chamadas pesadas, que exigem bastante do conjunto mecânico e estrutural do carro. Uma característica do Niva é  seu chassi  monobloco, que por concepção torna o carro menos resistente se comparado a Jipes montados sobre um chassi rígido, porém a valentia do Niva em transpor obstáculos leva alguns proprietários a exceder certos limites do Jipinho, fadigando gradativamente alguns de seus componentes .

Não é regra, nem exceção, mas existem Jipes de trilhas, incluindo Nivas, que não tem a manutenção corretiva e preventiva que a atividade requer. Não é raro um Niva ser colocado à venda carregando com si uma herança de desgastes e descuidos que, mais cedo ou mais tarde, devem se manifestar em forma de defeitos. O ideal é que o novo proprietário esteja ciente deste fato e da quase certeza que investimentos em manutenção e ajustes na viatura serão necessários. Uma situação que pode ocorrer durante o processo de compra é o interesse por Nivas preparados para trilhas, os quais podem ter uma aparência bastante atrativa, com suspensão levantada, pneus grandes, motorzão, guincho, etc. Isso acaba encantando o pretendente que negligencia o outro lado da moeda. Mas, para não generalizar, existem ótimos Nivas preparados para trilhas com manutenção em dia e acessórios que os tornam uma boa opção de compra. Tudo é uma questão da correta avaliação e da finalidade do carro. Se a intenção é fazer trilhas, comprar um carro já preparado pode ser o ideal, provavelmente o mais econômico. Tenha em mente que trilhas pesadas são normalmente sinônimo de gastos com manutenção, faz parte da atividade, principalmente se o proprietário não dominar nada de mecânica e depender em tudo de oficinas mecânicas. 

Vamos supor, por outro lado, que o Niva a venda nunca tenha feito trilhas, ou seja, totalmente urbano, o típico carro de mulher. Teoricamente seria uma boa opção de compra, porém e mesmo assim, alguns aspectos devem ser considerados. Comecemos pela idade do carro. A grande maioria dos Nivas vendidos no Brasil datam de 1990 e 1991, daí para frente as vendas declinaram e raramente são encontrados Nivas posteriores a 1995, portanto, são carros já bem rodados e consequentemente com desgastes naturais devido ao tempo de uso. Some a isso a carência de mecânicos especializados no Brasil, peças de procedência e qualidade nem sempre confiáveis, possibilidade de adaptações grotescas, etc. Logicamente o cenário aqui desenhado seria um extremo, quase um exagero, mas a intenção é mostrar que as variáveis citadas são reais e devem ser ponderadas durante a avaliação do carro e assim evitar dissabores. 

Inclusive, falando em dissabores, não é raro relatos de ex-Niveiros frustrados com o carro, enfatizando arrependimento pela compra. Tenha em mente que o Niva não é igual a um carro de linha comum, por exemplo, um Gol. Muito provavelmente serão necessários alguns acertos e melhorias mecânicas, nada diferente se comparado com um jipe Willys, por exemplo. Mas, voltando as frustrações citadas é quase certeza que elas se deram devido a provável condição mecânica ruim do Niva  e principalmente porque o comprador não estava ciente dos fatos aqui relatados, dos riscos e das possíveis necessidades de ajustes mecânicos pós-compra, daí a frustração. 

A intenção do Blog não é obviamente desestimular ninguém, pelo contrário. O objetivo é dar ao futuro Niveiro alguns subsídios, mas principalmente o entendimento que se trata de um veículo que na maioria das vezes vai exigir um pouco de paciência e dedicação do novo dono, mas não se assuste. Se você não der a sorte de encontrar um em perfeito estado, saiba que é perfeitamente possível e viável deixa-lo em boas condições, portanto, comece pela correta avaliação. 

Niveiros fanáticos, aos quais me incluo, já passamos por alguns perrengues com o carro, algumas provas de paciência, mas contabilizando as frustrações e alegrias, o saldo normalmente é positivo. Para muitos, além de meio de locomoção e lazer esse carro torna-se um grande hobby, uma paixão, difícil de explicar racionalmente, os mais emocionais chegam a dizer que o Niva tem alma, tamanho o fanatismo pelo jipinho Russo.

Para maiores informações acesse sites, blogs e fóruns sobre o Niva e procure outras opiniões para entender as virtudes e deficiências do carro. 










Para saber muito mais sobre o Niva, convido você a se inscrever em meu canal do YouTube.



Nivas Originais

É possível e viável tê-los? 

Diria, com certeza sim. Não são raros os proprietários que prezam pela originalidade do carro e conseguem êxito devido a melhora na oferta e confiabilidade das peças disponíveis atualmente no mercado, principalmente pela possibilidade da importação direta via Internet. Algumas empresas nacionais, até mesmo pessoas físicas se utilizam deste recurso para revender as peças no Brasil, portanto, para aqueles que buscam originalidade saibam que é sim perfeitamente possível, inclusive a maioria das peças tem preços razoáveis e até compatíveis com algumas opções nacionais. Para aqueles que vivem nos grandes centros, próximo a fornecedores de peças e principalmente de mecânicos especializados no Niva, creio que seja mais fácil e até o certo manter o carro o mais original possível, sem contar no "grande barato" que deve ser manter o Nivinha igual ao projeto made in CCCP.

Nivas não Originais

Adaptações são muito comuns em Nivas e em alguns aspectos, dependendo da peça adaptada e da qualidade do serviço executado, até melhoram o carro. Existem algumas peças nacionais que são compatíveis com o Niva, as chamadas "Plug in Play" e outras que para adapta-las necessitam de ajustes, desde pequenos até grandes trabalhos de adaptação.

Existem no mercado diversos produtos dedicados a nacionalizar e até otimizar determinados componentes do Niva, os quais serão aqui oportunamente abordados, com destaque aos produtos fabricados pelo camarada Geniva, figura icônica na comunidade Niveira, não só pelas soluções de sucesso que desenvolve, mas também pelo carisma e atenção que despende às pessoas que o procuram, demonstrando grande paixão pelo que faz. 


Oficina do Camarada Geniva


Acesse o Blog do Geniva, clicando AQUI. 

Outra pessoa que desenvolve soluções para o Niva é Rogerio Bacelar, muito conhecido, conceituado e precursor na elaboração de vários Kit´s de adaptação, inclusive um dos produtos mais famosos desenvolvido por ele é o Kit de adaptação do motor AP para o Niva, que eu uso em meu Niva já a muitos anos e aprovo, além, como disse, de vários outros produtos desenvolvidos com muita tecnicidade e capricho para nosso querido jipinho Russo.

Acesse o Blog do Rogerio, clicando AQUI.


Particularmente optei pelas adaptações devido ter comprado meu Niva já com o motor AP instalado, o que de alguma forma acabou me incentivando a fazer outras adaptações, mas, limito-me naquelas que não comprometam as características Off-Road do carro, como a tração 4x4 full time, redução, bloqueio, além da suspensão independente com molas helicoidais, ou seja, somados são a alma do Jipe Russo. 

Concluindo, original ou não, o importante é ter um Lada Niva na garagem. 

Seguem outras dicas e testes para auxiliar na avaliação.

Vibrações na Caixa de Redução

É normal existir um pouco de vibrações da caixa de redução (T-Case) do Niva, visíveis muitas vezes  nas alavancas da caixa, inclusive dificilmente você encontrará um Niva totalmente  livre de vibrações, portanto, fique atento a excessos. Avalie a condição em baixas e em “altas” velocidades, normalmente as vibrações se acentuam numa faixa bem definida. Faça o teste também arrancando com o carro em subidas e observe se a caixa de reduzida não trepida muito. Lembrem-se, é comum existir um pouco de vibração, porém, nada muito acentuado. Convém também fazer outro teste com o carro parado. Posicione a alavanca de reduzida em neutro, engrene o carro até a quarta marcha e verifique se ocorrem vibrações em altas rotações.

Abaixo algumas postagens do blog relacionadas as vibrações na T-Case do Niva:

Caixa de Marchas

Dirija o Niva em uma rua plana, acelere e tire o pé abruptamente. A alavanca de marchas não deve pular sozinha para ponto morto. Faça isso em todas as marchas, observando também se as marchas não raspam excessivamente quando engatadas.

Com o carro desligado, deixe a alavanca de reduzida em neutro e verifique se todas as marchas engatam e desengatam satisfatoriamente, mesmo sem pisar na embreagem, exceto a marcha ré.

Caixa de Redução

Teste o funcionamento da redução dirigindo o carro em primeira marcha reduzida e, logo após, conduza o carro com a reduzida desacionada, você deve perceber claramente a diferença, ou seja, com a reduzida acionada o carro ganha força e perde velocidade final evidenciando o correto funcionamento do sistema. Dirija com a reduzida acionada e engrene todas as marchas e observe ruídos anormais durante o percurso.

Bloqueio do Diferencial Central

O bloqueio do diferencial central é útil para situações Off-Road de muito baixa aderência. O recurso faz com que a potência do motor seja distribuída para as quatro rodas de maneira igual, auxiliando o carro a vencer o trecho com baixa aderência. 

É comum certa dificuldade para engrenar e desengrenar a alavanca de bloqueio. Uma vez engatado a luz amarela do bloqueio deve acender. Dirija em linha reta, isso é importante para evitar danos ao sistema e observe a existência de barulhos ou estalos na aceleração e desaceleração do carro. Não esqueça de desbloquear o carro após o teste. 

Outro teste. Com o carro desbloqueado, luz amarela apagada, levante uma das rodas do Niva usando um macaco hidráulico com rodinhas e tente sair lentamente com o carro. Note que a potência é direcionada apenas para a roda levantada, o que faz o carro não se movimentar. Agora, ainda com uma roda levantada, acione o bloqueio do Niva e tente com muito cuidado sair com o carro. Note que Niva tende a se movimentar, evidenciando que o bloqueio está funcionando adequadamente. 

É muito importante que o bloqueio somente seja usado em situações de muito baixa aderência ou num terreno muito irregular que deixe uma das rodas suspensa, por exemplo. Outro detalhe é conduzir o carro sempre a baixa velocidade e em linha reta, quando bloqueado. Uma vez transposto o terreno com baixa aderência, jamais esqueça de desbloquear o carro, sob risco de danos mecânicos.

O vídeo a seguir mostra o teste com o macaco hidráulico, acima relatado.



Estrutura e Funilaria

Verifique primeiramente o estado geral do carro quanto a batidas fortes e pontos de ferrugem aparentes. Atenção também para os seguintes pontos: 

Assoalho próximo à caixa de reduzida e câmbio. Trincas acentuadas ou sinais de solda nessas regiões podem indicar que o carro foi solicitado além dos limites ou é consequência de vibrações acentuadas, principalmente nos pontos sinalizados nas fotos 1 e 2.


Foto 1 

Foto 2 

Um agente químico que merece atenção especial é o fluido da embreagem e de freio, o qual é extremamente corrosivo e ataca a lataria do carro quando ocorrem vazamentos. Verifique o estado da lataria nas proximidades dos cilindros. Ambos ficam localizados na parede corta fogo, próximo ao motor, veja na foto 3. Verifique também por dentro do carro, se possíveis vazamentos de fluido não corroeram a lataria naquela região.

Foto 3 - Cilindros Hidráulicos da Embreagem e Freio
 
Inspecione o alojamento da bateria, também costuma apodrecer pela ação da solução ácida da bateria.

Verificar o estado geral das borrachas dos para-brisas e portas e se há ferrugem próxima a elas. Verifique também a existência de ferrugem ou massa plástica por baixo da porta.

Inspecione com atenção a região onde o cano de escape passa próximo ao assoalho, diria que é um local muito susceptível a ferrugem, foto 4. O calor e a umidade propiciam o aparecimento de muita ferrugem e o consequente o comprometimento do assoalho nessa região.

Foto 4

Uma das partes estruturais mais importantes do Niva são as longarinas, fotos 5 e 6. Verifique cuidadosamente a condição delas, não devem estar excessivamente tortas, amassadas e originalmente são da mesma cor do carro. Desconfie de Nivas pretos por baixo, talvez estejam bem podres ou passaram por grande reforma. Se a reforma foi bem executada, menos mal. Um sintoma comum de reforma malfeita é o desalinhamento das caixas devido ao erro de posicionamento dos prisioneiros de fixação das caixas, fotos 1 e 2. Isso normalmente pode intensificar as vibrações no carro.

Foto 5 

Foto 6 


Sistema de Direção

Durante a avaliação, para não estranhar e achar que existe um problema com o sistema de direção do Niva é recomendado fazer o teste com o carro em movimento, o que minimiza a sensação de volante pesado.

O setor ou caixa de direção original é em minha opinião subdimensionada para o Niva, principalmente porque o carro pode ser exposto a situações Off-Road que sobrecarregam este componente. Não é raro encontrarmos Nivas com o volante pesado e com folga excessiva devido ao desgaste prematuro desta peça. Outro detalhe que antecipa problemas na caixa de direção é usar pneus muito largos e pesados, os quais forçam não apenas o caixa como também outros componentes relacionados ao sistema de direção, transmissão e suspensão do carro.

Verifique a integridade do local onde a caixa de direção é fixada a estrutura do carro, são três parafusos de fixação, foto 7. Movimente a coluna de direção para cima e para baixo, ele não deve parecer solto.

Foto 7


Quando a caixa original está em boas condições e os pneus não são exageradamente grandes e largos, o volante não deve ser muito pesado nem ter excesso de folga, mas, pela concepção da caixa, ela nunca será motivo de elogios. Meu Niva, por exemplo, usa até hoje a caixa original e somente em 2018, ou seja, 27 anos de uso, enfim  resolvi submete-la a uma revisão completa, perceba que é possível conviver com as limitações da direção original do Niva. 

Saiba como reformar a caixa de direção original do Niva
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Para aqueles que pretenderem melhorar ou aliviar a direção original, existem algumas soluções alternativas, conforme segue.

Alguns Nivas são equipados com caixas de direção conhecidas como Francesas ou Gemmer, a qual é rolamentada e tem uma relação de engrenagens que deixa o sistema bem mais aliviado. É sonho de consumo para nos Niveiros, porém a grande maioria dos Nivas a venda tem o sistema com setor simples, citados anteriormente. Uma caixa francesa em boas condições, portanto usada, pode custar mais que o dobro de uma caixa simples original e nova. 

É comum Nivas com direção da linha Volkswagen adaptadas atreves de Kit´s dedicados. O modelo mais utilizado é a direção Mecânica ou hidráulica do VW Santana. Neste caso, observe com atenção o Kit utilizado e a qualidade do serviço executado devido obviamente ao impacto que esse tipo de adaptação pode ter na segurança do veículo. 
Os Kits´s mais famosos do mercado são fabricados pelo Geniva e por Rogério Bacelar, a foto 8 mostra o Kit Geniva e a 8.1 o Kit do Rogerio Bacelar.

Foto 8 - Kit Caixa VW by Geniva

Foto 8.1 - Kit Caixa VW by Rogerio Bacelar

Outra opção é adaptar a caixa mecânica do Opala no Niva. Esta opção foi desenvolvida por Rogerio Bacelar e trata-se segundo ele de um produto Plug in Play, inclusive, em parceria com o Blog em breve vou instalar essa caixa em meu Niva e fazer um Post dando todos os detalhes dessa adaptação, aguardem!!!

Figura 8.2 - Caixa GM by Rogerio Bacelar


Uma terceira opção, não tão comum, mas possível de se encontrar nos Nivas é a adaptação da caixa de direção do Maverick. Essa adaptação alivia bastante a direção do Niva, mas em contrapartida, por ser um sistema mecânico muito desmultiplicado, demanda mais voltas no volante para a mesma resposta nas rodas, o que pode ser perigoso em algumas situações. 

Também é possível, através de um Kit desenvolvido pelo Geniva, nacionalizar os terminais de direção do Niva por modelos da linha Fiat e GM, o que torna esses componentes de procedência nacional e atrás de marcas conceituadas no mercado brasileiro. Em breve pretendo, em parceria com o Geniva, instalar este Kit em meu Niva e logico, postar aqui no Blog todos os detalhes do produto.

Foto 8.3 - Kit Terminais de Direção by Geniva


Sistema de Embreagem 

A embreagem do Niva não é dura nem pesada, pois seu funcionamento é hidráulico, porém se comparada a um carro de passeio com embreagem também hidráulica tende ser um pouco mais pesada, mas nada que chame muito a atenção. Observe se não existe vazamento de fluido nos cilindros mestre (superior) e inferior, conforme fotos 03 e 09.

Foto 09 

Para avaliar a condição do Disco e Platô da embreagem, freie o carro através do freio de mão, engrene primeira marcha e tente sair. Observe que o sistema não deve patinar, ou seja, se o Disco e Platô estiverem em boas condições o carro deve conseguir vencer a força de frenagem. Numa subida bem íngreme procure embrear e sair com carro algumas vezes, verificando se o sistema não tende a patinar, vibrar ou fazer barulhos anormais. Num carro de passeio comum, quando conseguimos cantar os pneus entre as trocas de marcha é sintoma que a força do motor está sendo imediatamente transferida para o câmbio e consequentemente para as rodas, por outro lado se ocorrer um atraso, perceptível até no ruído do motor, pode ser indicio de desgaste do Disco e Platô, causando um patinamento. No Niva podemos tentar fazer algo similar, difícil será cantar os pneus dele, 😄😄😄. De qualquer maneira, dá para ter uma ideia se a transferência de força está ocorrendo satisfatoriamente. 

Observe se a altura do pedal não está nos extremos, o ideal é nem muito alta nem muito baixa. Talvez possa ser apenas um simples ajuste de curso, mas também pode indicar um sintoma de mal funcionamento da embreagem. 

É comum nos Nivas a adaptação do sistema de acionamento de embreagem puramente mecânico em substituição do original hidráulico e, dependendo do kit usado e da qualidade do serviço de instalação, esta adaptação pode ser considerada uma melhoria importante no carro. A foto 10, mostra o Kit de acionamento mecânico by Geniva.

Foto 10 - Kit de embreagem mecânica by Geniva

Outra adaptação possível, porem não muito comum, é manter o sistema hidráulico e usar o cilindro mestre do caminhãozinho VW e Cilindro inferior do Toyota Bandeirantes, ambos da marca Varga, inclusive, foi esta a configuração que adotei em meu Niva e esta funcionando muito bem.

Saiba como adaptar os cilindros de embreagem  Varga  

Freios

Mesmo utilizando acionamento hidráulico, servo freio a vácuo e discos nas rodas dianteiras, o sistema de frenagem original do Niva não é considerado um primor de desempenho, porém nada que comprometa a segurança do veículo. Meu Niva 1991, por exemplo, utilizou o sistema original made in Rússia até novembro de 2018, onde enfim resolvi melhorar os freios e adaptar o cilindro mestre do Uno e o servo freio do Corsa usando o Kit desenvolvido pelo camarada Geniva.

Saiba como adaptar cilindros de freio nacionais

Voltando a avaliação dos freios, originais ou não, verifique se durante a frenagem o carro não tende a puxar para os lados, indicando que a pressão de frenagem está desigual entre as rodas. O pedal de freio deve responder rapidamente ao comando e a força aplicada não pode ser excessiva, nada diferente do que qualquer outro veículo.

Com o carro desligado bombe o pedal algumas vezes até o mesmo ficar duro e mantenha-o apertado. Em seguida ligue o carro e perceba que assim que o vácuo do motor inundar o servo freio o pedal deve baixar um pouco naturalmente, indicando o correto funcionamento do sevo freio.


Sistema de Arrefecimento

O sistema original de arrefecimento do Niva é uma tecnologia ultrapassada, semelhante ao usado nos jipes Willys, por exemplo, com a tendência de apresentar muitos problemas. Este sistema depende muito do correto funcionamento da tampa do radiador, que cumpre as funções de válvula de alivio e admissão de água  para e do tanque de expansão.

Outra desconfiança quanto a performance do  sistema de arrefecimento original é que o Niva foi concebido inicialmente para rodar em países  com baixas temperaturas, portanto, quando o carro foi introduzido no mercado brasileiro, ele deveria ter passado por uma reengenharia visando topicalizar algumas partes do carro, o que eu tenho duvidas se isso ocorreu de maneira adequada, não sei afirmar e mencionei este fato apenas por suposição e curiosidade.

Devido a deficiência citada o fato concreto é que é muito comum a adaptação do sistema selado de arrefecimento, que basicamente é uma cópia do que é usado nos carros atuais. Um detalhe importante, trata-se de uma melhoria de baixo custo para implementação.

Se o arrefecimento do Niva, original ou não,  estiver funcionando bem, a temperatura no indicador do painel deve se estabilizar em torno de 80 a 92C, vai depender do regime de trabalho que o carro esta sendo submetido.

O sistema original usa uma ventoinha mecânica ligada a um ponto de rotação do motor. É bastante comum ver Nivas com uma ou duas ventoinhas elétricas auxiliares adaptadas no radiador. Por um lado, desconfie, talvez o carro tenha algum problema de arrefecimento, daí a tentativa de melhorar com o uso das ventoinhas. Por outro lado, a ventoinha elétrica não tem contraindicações e pode ser útil em situações de baixa rotação do motor. 

Um detalhe fundamental para o bom funcionamento do motor é a correta temperatura que ele deve trabalhar. Engana-se quem pensa que quanto mais frio melhor será, inclusive, partindo dessa teoria, muitos retiram a válvula termostática do carro, o que anula o controle de temperatura da água e consequentemente do motor, acarretando aumento do consumo de combustível, piorando o desempenho do carro e acelerando o desgaste do motor, portanto é altamente recomendado o uso da válvula termostática. Se o motor está superaquecendo, a causa pode ser as mais diversas. Retirar a válvula não elimina o problema, apenas o máscara.

Saiba adaptar o arrefecimento selado no Niva 
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Pneus e Suspensão

Originalmente os pneus do Niva eram o modelo Diagonal 6.95 da Magion, o qual foi descontinuado no Brasil já a muitos anos. A opção disponível com o mesmo tamanho é o excelente Geolandar A-T/S, medida 175/80R16, fabricado pela Yokohama. Acontece que este modelo tem custo elevado e é difícil de se encontrar no mercado, o que leva muitos Niveiros a optarem por medidas incompatíveis, de diâmetro e largura bem maiores que as originais, fato que normalmente acarreta na interferência dos pneus com a lataria do carro, principalmente em situações Off-Road onde o curso da suspensão é mais exigido, por exemplo.

Conheça algumas medidas de pneus para o Niva
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Para minimizar a interferência citada é possível calçar a suspensão do Niva de forma a levanta-la e assim diminuir as chances dos pneus tocarem a lataria. Esta pratica é bastante comum, mas particularmente acredito que exagerar na altura dos calços pode comprometer a vida útil das homocinéticas do Niva. Um limite seguro seria por volta de 2 cm, mas a maioria dos Niveiros divergem e chegam a levantar o carro em 5cm ou mais. Outra pratica para evitar as interferências é rebater, recortar ou mesmo reconstruir os para-lamas do carro, solução que deveria ser feita por um funileiro talentoso, para não descaracterizar muito a aparência do carro. Em relação as opções de pneus disponíveis no mercado brasileiro, uma excelente medida é a 215/65/16, que tem a mesma altura do original, porém é 4cm mais largo. Se o uso for urbano o tamanho citado fica perfeito, não toca na lataria, dispensando quaisquer alterações na suspensão ou nos para-lamas.

Motor e agregados

Na hora de avaliar a saúde do motor e da carburação o ideal é consultar um mecânico de sua confiança. O motor original do Niva é muito bom, extremamente resistente, porém os componentes agregados ao motor como, carburador, distribuídos, platinado, rotor, alternador, motor de arranque, etc, devem ser motivo de especial atenção, principalmente a carburação e distribuição. Observe com atenção as possíveis adaptações e procure pesquisar na Internet se existe histórico positivo, ou seja, se a adaptação é tradicional e funciona adequadamente em outros Nivas.

Quanto ao consumo de combustível, um Niva com motorização original a gasolina deve fazer no mínimo 5km/l na cidade. Tudo depende da condição do motor, da carburação e da medida dos pneus. Meu Niva com motor Volkswagen AP 1.8 fez 9km/l, aferidos na cidade, sem transito intenso, na época com pneus originais 6,95, carburador Webber LTDZ limpo e bem regulado e ponto do distribuidor regulado em aproximadamente 12 graus.

E por falar em motor AP, essa é uma das adaptações mais comuns nos Nivas e também polêmica. O Volkswagen AP é sem dúvidas o motor mais utilizado, inclusive existi no mercado um kit dedicado a essa adaptação, porém alguns Niveiros, principalmente os mais puristas, torcem o nariz e preferem a motorização original Russa. As alegações são, por exemplo, a descaracterização do carro, o custo elevado devido à complexidade do serviço, a confiabilidade do novo conjunto motor / embreagem. etc. Realmente o custo fica um pouco alto devido a necessidade da aquisição do motor completo, da embreagem nova, do kit de adaptação e obviamente da mão de obra de instalação e ajustes. Em relação a confiabilidade, o que posso dizer é que tenho essa motorização instalada em meu Niva  funcionando a anos e estou satisfeito com os resultados. Na verdade, se for usado o kit de adaptação certo, a embreagem adequada e muito importante, se o serviço de adaptação foi bem executado, o resultado fica muito bom. O motor AP também é extremamente resistente, a manutenção é simples e barata e as peças agregadas ao motor são em meu entender mais confiáveis e logicamente muito fáceis de se encontrar em quaisquer autopeças.

Dentre os modelos de motor AP, os mais indicados seriam os 1.8 e 2.0, jamais opte pelo 1.6. Por exemplo, um motor AP 2.0 injetado a álcool diria que fornecerá ao carro potência de sobra e dosar o pé no acelerador talvez seja necessário para evitar quebras na transmissão, principalmente em situações de trilhas. Uma configuração interessante seria 1.8 injetado Flex. Quanto ao kit de adaptação do motor AP, o modelo mais vendido e, portanto, testado e aperfeiçoado é o BR2000, fabricado e comercializado por Rogério Bacelar. A foto 11 abaixo mostra os componentes do kit BR2000.

Foto 11 
 
Seguem alguns pontos de atenção em relação a Nivas com motor AP. 

  • Verifique a proximidade do motor com a parede corta fogo. O motor fica bem próximo a parede mais não pode tocá-la. A parede corta fogo não deve estar recortada ou amassada para acondicionar o motor AP; 
  • O sistema de embreagem deve preferencialmente ter a seguinte configuração: Disco do Tempra 8V da marca Sachs ou Luk e Platô do Santana 2.0 necessariamente da marca Sachs; 
  • Observe se existem interferências da carcaça do motor ou do cambio com a lataria do carro; 
  • Observe se o munhão da direção não está tocando na caixa seca do cambio; 
  • Observe a presença do suporte frontal do motor, ele é importante para alinhar o motor verticalmente; 
  • O sistema de arrefecimento deve estar funcionando adequadamente. Com a válvula termostática em operação normal a temperatura deve ficar em torno de 90C; 
  • O indicador de temperatura do painel foi projetado para funcionar com o sensor de temperatura original do Niva. Se o indicador estiver ligado a um sensor pertencente ao motor AP, ocorrerá um erro de indicação de aproximadamente -22C; 
  • O termostato deve ser instalado na parte inferior do radiador, ligando ventoinha elétrica em torno de 92C; 
  • Confirme a configuração do Disco e Platô de embreagem. O mais comum é o Disco do Tempra e Platô do Santana. Clique AQUI  para saber todos os detalhes;
  • Os chicotes elétricos devem estar bem estruturados, sem fios soltos, emendados ou decapados. 

Saiba sobre a adaptação do motor AP no Niva




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Pneus 215/65/16 no Niva



Michelin 215/65/16 LTX Force  x  Goodyear 195/75/16 G32

Após alguns anos usando os pneus G32 da Goodyear, medida 195/75/16, recapados pela Genius Tyres, resolvi enfim mudar visando principalmente minimizar a interferência desses pneus com a lataria do Niva que ocorriam basicamente em situações onde o curso da suspensão era mais exigido. Num primeiro momento estava propenso a comprar os pneus na medida original 175/80/16, o modelo Geolandar A-T/S, fabricado pela Yokohama, mas como não encontrei este modelo no mercado, inclusive em lojas na internet, resolvi optar pelos Michelins modelo LTX Force, medida 215/65/16, com perfil 50%ON / 50%OFF, o qual inclusive é mais barato.

A figura a seguir mostra as diferenças de medidas entre o original Yokohama 175/80/16, o Goodyear 195/75/16 e a opção Michelin 215/65/16.


Observem que o 215/65/16 tem a altura praticamente igual a medida original, mas é 4 cm mais largo, o que me fez realizar um teste pratico ali mesmo na loja antes da aquisição. O objetivo foi enxergar o quanto a largura dos pneus iria interferir no curso da suspensão do Niva. O teste resumiu-se em colocar uma das rodas dianteiras sob uma rampa e forçar o curso da suspensão do carro. Primeiramente fiz o teste com os pneus G32 e posteriormente com os Michelins. A constatação foi que o modelo G32 toca a lataria do carro antes que os Michelins 215/65/16. Mesmo o modelo da Michelin mostrando-se mais adequado que o G32 neste teste, se a intenção é fazer trilhas  que exijam grande curso de suspensão, creio será necessário preparar a suspensão do carro, mas para uso urbano, viagens e trilhas de dificuldade média, este pneu é realmente a melhor opção, principalmente para carros com a suspensão original.

O vídeo a seguir mostra os detalhes do teste realizado. 





Algumas considerações:
  • Com o carro parado a direção ficou ligeiramente mais pesada, provavelmente pela maior largura dos pneus. Já com o carro em movimento observei uma melhora devido provavelmente ao menor peso dos pneus Michelin, lembrando que os G32 são pneus de cargas, com várias lonas, usados em utilitários como a Iveco, o que os tornam bem mais pesados se comparado com a opção da Michelin, inclusive, durante a troca dos pneus, pude comparar e comprovar  a considerável diferença de peso entre eles.
  • O carro ficou mais macio e gostoso de dirigir, tanto na cidade como na estrada;
  • As retomadas em subidas melhoraram;
  • Observei uma sensível melhora na chamada “banguela”. Por exemplo, num trecho que trafego diariamente, uma leve descida, observei que o carro deslancha muito mais do que ocorria com os G32;
  • O carro se comportou melhor na estrada, principalmente em subidas mais longas;
  • Os ruídos dos pneus diminuíram, o que inclusive destacou um problema nos rolamentos das rodas dianteiras;
  • Mesmo que imprecisamente, observei que o consumo de combustível deu sinais de economia, falta-me fazer um teste mais preciso, mas é sensível a melhora;
    • Por se tratarem de pneus radiais que dispensam o uso de câmaras, quando furados tem por característica o fato de esvaziarem lentamente. Pela condição ruim das rodas de meu Niva, num primeiro momento não pude usa-los sem as câmaras e só consegui depois de reformar as rodas e adaptar bicos de ar adequados. Em  breve, postarei todos os detalhes da reforma das rodas.

    Conclusão

    De uma maneira geral, comparando a performance do G32 medida 195/75/16 com o LTX Force 215/65/16, ficou evidente que a melhor opção para o Niva, sem sombras de dúvidas é o modelo da Michelin. Não significa que o G32 seja totalmente inadequado, afinal usei este modelo durante anos, o qual me atendeu com certas limitações, mas agora que troquei pelo 215/65/16, entendi que se trata de outra categoria de pneu, portanto, se seu orçamento permitir, creio ser a escolha correta.

    Agradecimentos 


    Aos niveiros do grupo Lada Fans, em especial ao Gil Roberto Tichauer que na época me ajudaram com dicas sobre o assunto.






    Tópicos Relacionados:

    Pneus para o Niva



    Pneus 195/75/16



    Tipos de acoplamento entre as caixas do Niva



    O objetivo desta postagem é mostrar as opções mais comuns para acoplar a caixa de cambio a caixa de  transferência  do Niva, tema importante que pode fazer a diferença no que se refere a minimizar  as famosas e indesejadas vibrações nas alavancas da caixa de redução do carro.

    Serão abordadas as seguintes opções de acoplamento:
    • Cruzeta + União Elástica;
    • Homocinética simples (sem União Elástica);
    • União Elástica + "Homocinética";
    O conteúdo e conclusões que se seguem são baseados em minhas experiências e também com a opinião de outros Niveiros e mecânicos. Agradecimentos especiais aos mecânicos Flugêncio Ferreira, Rogério Bacelar e Lucas Maricate pela costumeira atenção dispensada.
    1. 1.  Cruzeta + União Elástica 

    Originalmente o acoplamento entre a caixa de cambio e transferência dos Nivas até 1994 é composto por dois componentes principais, uma cruzeta e uma união elástica (borrachão), conforme fotos abaixo.



    1 - Caixa de cambio;
    2 - Caixa de transferência (redução);
    3 - União elástica (borrachão) e Cruzeta;
    4 - Cruzeta frontal dos Cardãs;
    5 - Cruzeta frontal dos Cardãs;
    6 - Cardam dianteiro;
    7 - Cardam traseiro.




    É notório que essa configuração de acoplamento não consegue absorver de maneira muito eficiente as movimentações naturais das caixas o que acaba incorrendo em  certo nível de vibrações notadas na caixa de transferência e normalmente aparecem em velocidades ou rotações bem definidas. Alguns Nivas vibram mais, outros menos, diria que são raros os que não apresentam este problema, portanto, considerado crônico no Niva.

    Este modelo de união, mesmo com as deficiências citadas é o tipo mais usado na frota de Nivas do Brasil, devido que a maioria dos carros rodando são de fabricação anterior a 1995.

    Seguem algumas recomendações para tentar melhorar o desempenho do conjunto e minimizar as vibrações.

    • O alinhamento das caixas deve ser o mais perfeito possível;
    • O assoalho não pode estar podre principalmente próximo aos prisioneiros de fixação das caixas. A rigidez do assoalho é muito importante. Em casos do assoalho estar muito comprometido, existe um suporte fabricado pelo Geniva que é preso nas longarinas do Niva, o qual facilita muito o trabalho de alinhamento das caixas;
    • Os prisioneiros de fixação das caixas  não devem estar com as roscas espanadas. Veja detalhes AQUI;
    • Uma boa alternativa para Nivas com assoalho e prisioneiros em bom estado e caixas minimamente alinhadas é usar o suporte traseiro da T-Case by Geniva. Veja detalhes AQUI;
    • O borrachão deve estar em perfeito estado, sem trincas, cortes e danos;
    • Se necessitar trocar o borrachão, procurar um fornecedor confiável. De nada adianta alinhar perfeitamente as caixas e colocar um borrachão paralelo desbalanceado;
    • Atualmente existem no mercado os borrachões ditos como reforçados. Pra quem faz trilhas pesadas pode ser uma opção interessante, porem, a maior rigidez da peça tende gerar um pouco mais de mais vibrações;
    • Caso constatar folga ou danos na cruzeta a mesma deve ser consertada ou trocada;
    • Engraxar periodicamente a cruzeta. Isso é uma providencia simples e bastante  importante;
    • Nunca monte o conjunto sem o chamado KIT Anti-Vibração. As fotos a seguir mostram os componentes desse KIT.







    Se tudo estiver em conformidade com as explicações acima é muito provável que o resultado deva ficar bom. Em meu Niva, por exemplo, consegui quase extinguir as vibrações usando o acoplamento original (Cruzeta + Borrachão), vale muito a pena insistir, pois um Niva com o mínimo de vibrações se torna outro carro, muito mais prazeroso de guiar.

    2.  Homocinética simples (sem União Elástica)


    Nos idos de 2004, baseando em partes na solução adotada pela Lada para os Nivas a partir de 1995, foi lançado no mercado nacional por Rogério Bacelar e apos copiado por alguns outros fornecedores, uma união que prometia melhorar o problema das vibrações, que, basicamente era uma homocinética da linha VW montada entre duas peças usinadas. De um lado uma flange para ser presa a caixa de transferência e do outro um adaptador com orifício ranhurado para ser acoplado ao eixo de saída do cambio. Uma necessidade da adaptação um tanto radical era diminuir o comprimento do eixo de saída do cambio em 10 mm, visando eliminar qualquer possibilidade de interferência do eixo com o interior da homocinética.

    Vale mencionar que já a muitos anos esta solução não é mais comercializada e caiu quase em desuso.

    As fotos a seguir mostram os detalhes da união homocinética, inclusive, em detalhe, o eixo do cambio cortado.





    .





    E porque esta solução deixou de ser fabricada ?

    Primeiro, vou compartilhar minha experiência com uso da peça. Comprei de Rogerio Bacelar e desde que instalei em meu Niva  não fiquei totalmente satisfeito com o resultado, que eliminou completamente as vibrações em retomadas, arrancadas em baixas velocidades, porem em "altas" velocidades  elas diminuíram, mas não desapareceram.
    Como eu sempre usei o carro na cidade, eventualmente em trilhas  e  em operações de colocar e retirar meu barco da água, ou seja, sempre em velocidades baixas ou moderadas, o beneficio foi inquestionável. Usei a peça por mais de dez anos e neste período nunca tive problemas com o cambio, nem com a caixa de transferência, tão pouco com a própria união, exceto pela troca da coifa por três vezes, inclusive, este componente é o principal ponto fraco da peça, ou seja, na hipótese do Niva ser usado em viagens longas e frequentes cuja velocidade de cruzeiro gire em torno de 80 a 110 Km/h, creio que este modelo de união não é adequada, principalmente devido a coifa de borracha não suportar a alta rotação e temperatura do local, bem maior que nas rodas, local para onde a peça da VW foi originalmente projetada para trabalhar.

    O vídeo a seguir mostra a União Homocinética funcionando em meu Niva durante percurso de cidade, ou seja, em velocidade baixa e moderada.




    Observem que a peça funcionava satisfatoriamente, lembrando que o vídeo foi gravado a baixas velocidades, em condições de cidade. Vale ressaltar que resultado que obtive não foi conseguido por alguns outros Niveiros, com historias bem diferentes. Li relatos da completa insatisfação de alguns, alegando a piora nas vibrações, inclusive com casos de quebra do cambio. Hipoteticamente imagino que tais problemas poderiam estar relacionados com o excesso de desalinhamento entre as caixas. Na verdade essa peça não compensa o desalinhamento excessivo, principalmente em velocidades maiores, sei isso porque testei na pratica, portanto, Nivas com assoalho surrados e caixas desalinhadas, com certeza não obtiveram bons resultados. Outra hipótese possível seria um defeito na usinagem da peça no tocante ao balanceamento e centralização, ou seja, em ambos os casos é certo que o uso dessa união homocinética pioraria as vibrações e a reverberação gerada poderia ser danosa, principalmente para o cambio, visto que a ausência do elemento elástico (borrachão) agravaria as consequências, ou seja, se somarmos a isso os problemas com a coifa, dai estão as razões para esse tipo de adaptação estar em desuso atualmente.

    Particularmente, depois de minha experiência usando o acoplamento homocinético e após voltar a usar o acoplamento original, desaconselho totalmente o uso da união homocinetica simples, não justifica o investimento, os riscos da adaptação, além da peça limitar o uso do carro em altas velocidades, conforme descrevi anteriormente. 

    Se a união original (Cruzeta + Borrachão) estiver bem alinhada e nivelada, se a condição geral do assoalho for boa, portanto, rígida e as demais peças giratórias estiverem em boas condições, o resultado final usando o acoplamento original é bastante satisfatório. 




    3. "Homocinetica" + União Elástica

    Na tentativa de minimizar ainda mais as vibrações, a Lada modernizou o acoplamento a partir de 1995, basicamente substituindo a cruzeta por um acoplamento mecânico articulável, semelhante a uma união homocinética, mas manteve o acoplamento elástico no sistema. Por si só esta modernização foi capaz de diminuir as vibrações, mostrando que o uso conjugado do acoplamento mecânico articulável com a união elástica (borrachão) é sem duvidas a solução técnica mais adequada. A boa noticia é que é possível instalar esta peça nos Nivas anteriores a 95, que alias são a maioria rodando no Brasil. A noticia não tão boa é o alto custo da peça colocada no Brasil.

    O uso do elemento elástico (borrachão) em conjunto com o acoplamento articulável, que assemelha-se com uma homocinética de roda, deixa a peça muito mais leve se comparada com a opção da cruzeta + borrachão e só essa redução de massa já deixa o conjunto menos propenso a reverberar as vibrações. O borrachão cumpre as funções de atenuar as ondas de vibração que chegariam ao cambio, além de se deformar ligeiramente em velocidades maiores, compensado as movimentações radiais (laterais) entre as caixas. O acoplamento articulável também trabalha radialmente junto com o borrachão, mas também cumpre com mais eficiência a compensação de pequenos movimentos axiais entre as caixas, aqueles no sentido frontal / traseiro e vise versa. Um outro detalhe muito importante é que a coifa usada nesta peça é feita para suportar altas rotações e temperaturas. Muito mais rígida, construída com um composto elástico adequado, proporciona durabilidade, tanto que não há relatos de danos precoces e frequentes nessa coifa, portanto, não resta duvidas que esta união é perfeita para aqueles que buscam usar o Niva em viagens longas com velocidades de cruzeiro maiores e valorizam o conforto de guiar com o menos vibrações. Vale lembrar que a peça por si só não faz milagres e o bom resultado estará relacionado ao correto alinhamento entre as caixas e da condição geral das peças rotativas quanto a balanceamento, alinhamento e folgas. 

    Comprei este acoplamento na Lada Power em jan/2018, porem, até agora, out/2021, ainda não o instalei no Niva pelo simples motivo de eu ter conseguido um resultado tão satisfatório usando o acoplamento original (cruzeta + borrachão) que me desestimulei em fazer a troca até o momento. Logico, assim que resolver fazer, registrarei aqui todos os detalhes e outras conclusões.

    Seguem algumas fotos e um vídeo com os detalhes dessa peça.







    Um acessório indispensável para a instalação do acoplamento, seja este modelo ou mesmo o anterior, é usar o Kit Anti Vibração o qual diminui a folga entre eixo piloto do cambio com o corpo do acoplamento, contribuindo para minimizar as vibrações.

    Abaixo seguem o Link da Lada Power para comprar o Kit e a foto mostrando todos os componentes que o compõem.

    Link para compra:  Kit Anti Vibração - Lada Power


    Componentes do Kit Anti Vibração



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